FAMÍLIA COUTO

 


 


Manoel Couto, meu bisavô materno (1879-1954)

 

Um arquipélago emergindo quase ao meio do Atlântico chamado Açores. Quem poderia imaginar que eu teria algo a ver com ele? Dizem que é o que restou da Atlântida após ela ter submergido. De concreto, Cristóvão Colombo passou por lá e Dom Pedro I também.

O arquipélago dos Açores: SANTA MARIA (127 km2), TERCEIRA (406 km2), SÃO JORGE (244 km2), FAIAL (172 km2), PICO (441 km2), SÃO MIGUEL (760 km2) e GRACIOSA (62 km2), FLORES (164 km2) e CORVO (16 km2),. O nome Açores vem da palavra açor, que é a designação de uma ave.

 


 


Ilha de São Miguel


 


O ancestral português mais distante que encontrei nem tinha o nome Couto. Era um outro nome e uma outra ilha. MANOEL DE MELLO nasceu cerca de 1680 na Paróquia de São Pedro, na Ilha de Santa Maria, onde morreu em 30 de maio de 1749. Casou-se com MARIA DAS CANDEIAS (@ 1687-1752). Um de seus filhos, MATEUS  DE MELLO (@ 1722-1762), provavelmente se mudou para Ilha de São Miguel, onde se casou com MARIA DO COUTO (1734-1781) em 3 de junho de 1754 na Igreja N. Sa. dos Anjos, na freguesia de Fajã de Baixo. A partir dele vieram em seqüência: Jose do Couto (1755-1830), Francisco do Couto (1786-1866) e Candido José do Couto (1819-1873), todos nascidos e falecidos em Fajã de Baixo. O nome Couto passou a ser transmitido à descendência a partir de Maria do Couto.

Manoel Candido Couto, filho de Candido José, casou-se com Maria Isabel do Couto em 9 de junho de 1872. Ela nasceu em 28 de outubro de 1855, filha de Jacinto do Couto e Anna Joaquina Pacheco,  na freguesia de Pico da Pedra, também na Ilha de São Miguel, e tinha o mesmo sobrenome do marido. Seus avós paternos eram Manoel Joaquim do Couto e Ana Maria de Jesus; os avós maternos eram Antonio Amaral e Maria Joaquina Pacheco

Os Couto foram os primeiros imigrantes da família a virem ao Brasil, chegando ao porto de Santos em 27 de Janeiro de 1884, como consta no livro 001, página 197, da Hospedaria do Imigrante em São Paulo. Vieram:

Manoel Candido Couto, 37 anos, Maria Isabel, 27 anos, sua esposa  e os filhos: Maria, 9; Isabel, 6; Manoel, meu bisavô materno, 4; Maria, 3 José de 18 meses. Não consegui estabelecer uma lista confiável de filhos de Manoel Candido e Maria Isabel, mas é certo que tiveram outros filhos no Brasil, pois existem registros de casamentos outros filhos e de nascimentos de netos.

Existem registros de emissão de passaportes de imigrantes em Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, mas por um incrível azar somente até o mês de novembro de 1883. A família Couto deve ter viajado ao Brasil durante o mês de Janeiro e tirado o passaporte juntamente em Dezembro de 1883. Entretanto, pude verificar que Bento do Couto, um tio avô de meu bisavô Manoel, emigrou aos 60 anos com a esposa e duas filhas em 10 de julho 1882 para as Ilhas Sandwich, que nada mais são que o Havaí. Portanto, devo ter primos distantes americanos nascidos no Havaí.

A família Couto foi para a cidade de Descalvado, SP, trabalhar na Fazenda São Clemente. Em 25 de setembro de 1884, registra-se o falecimento de Maria, com 3 meses de idade em Descalvado, filha de Manoel de tal e de Maria Isabel. Assim parece muito provável que minha tataravó tenha emigrado grávida para o Brasil.

Manoel Candido do Couto, meu tataravô, faleceu em 3 de Abril de 1917 na Fazenda São Clemente, com 76 anos de idade, sendo sepultado em Descalvado, SP. Sua esposa Maria Isabel sobreviveu a ele, mas ignoro quando e onde ela faleceu.

Manoel Couto, meu bisavô materno, nasceu em 14 de Fevereiro de 1882. Casou-se em 24 de Agosto de 1901, com Albina Zanetti em Descalvado. Tiveram vários filhos, todos nascidos em Descalvado, entre eles estava minha avó materna Etelvina Couto (1904-1977) e acredito que por volta de 1910 se mudaram para a região de Piracicaba. Moraram na Fazenda Paraíso e depois na Fazenda Santa Rita, da família Morganti, onde Manoel Couto era administrador.

 


 


Minha avó Etelvina Couto cercada de seus alunos de catecismo na Fazenda Paraiso em foto tirada provalmente em 1918-1920

 


 


Casa da fazenda Sta. Rita onde meu bisavô morou, em foto da década de 70. Quando mais tarde a fazenda foi loteada, esta casa foi reformada e atualmente está escondida atrás de altos muros.

 

Manoel Couto faleceu longe da família em 12 de Abril de 1954 em Itu, onde estava hospitalizado e foi sepultado em Piracicaba. Não me lembro dele, mas quando morreu acharam com ele uma foto minha com uns 3 anos, meio rasgada. Imagino se ele de alguma forma olhava para aquela foto com carinho.

 

A fonte

Meus antepassados portugueses, os Couto, haviam morado durante séculos na freguesia de Fajã de Baixo e tudo sobre eles estava registrado nos livros de uma igreja, que eu pude consultar na forma de microfilmes.  Foi então que, curioso sobre como seria a tal igreja de Nossa Senhora dos Anjos, escrevi solicitando uma foto da igreja ao primeiro endereço de e-mail de um açoriano que encontrei na Internet. A pessoa respondeu e nem era da Ilha de São Miguel, mas conhecia alguém de lá e por meio dele acabei conseguindo a foto desejada. Isso também é necessário, não ter vergonha tentar fazer contatos e de pegar o telefone e conversar com desconhecidos, explicando a sua intenção. Nesses tempos, quando as pessoas estão tão arredias, pode ser um pouco constrangedor no início, mas em geral elas se tornam receptivas.

 


 


Igreja Nossa Senhora dos Anjos - Fajã de Baixo, Ilha de São Miguel

 

Segundo o cronista Joaquim Cândido Abranches, a primitiva Igreja da Fajã de Baixo, construída em 1532, ficava um pouco acima da atual, no mesmo lugar onde no século passado existia uma quinta pertencente a Manuel Inácio da Silveira. Em 1662 a igreja encontrava-se bastante degradada. Por diversas vezes foi necessário proceder a obras de restauro, até que o povo da freguesia resolveu construir uma igreja nova que ficou concluída em 1791, segundo a inscrição existente no frontispício. A sua fachada tripartida ostenta rica cantaria. Tem uma só nave, com altares laterais. Anexos à igreja estão o salão de reuniões e a residência paroquial. A Igreja da Nossa Senhora dos Anjos foi definida como “imóvel de interesse público”.

 


 


Igreja Nossa Senhora dos Anjos – interior

 

 

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